Foi
realizado, no dia 6 de março, o dia de campo
na Fazenda São José de Sucupira, em
Avelar, Paty do Alferes-RJ, cujo proprietário
é o economista José Luiz Ferreira de
Sá, ex-funcionário do IBC e da Interbras.
O programa constou de demonstrações
de resultados em campo sobre produção
de mudas de café em bandejas, do sistema de
plantio adensado, de novas variedades, de sistema
simplificado de irrigação, do controle
de pragas e doenças e práticas no manejo
de cafezal, tendo como instrutor técnico o
Eng. Agr. J.B. Matiello, do MAPA/Procafé.
A motivação do dia de campo foi mostrar
a viabilidade da cultura cafeeira com alta produtividade
em pequenas áreas adensadas como alternativa
de renda e emprego na região.
Estiveram presentes 68 participantes, produtores,
técnicos, e autoridades ligadas ao setor agrícola
da região e de outras regiões do Estado
do Rio de Janeiro.
O evento foi patrocinado e coordenado pelos seguintes
parceiros: MAPA/Procafé, Faz. S.J. de Sucupira,
SEBRAE-RJ, FAERJ, FIRJAN e SAG-RJ, com a colaboração
regional do SEBRAE, da EMATER-RJ e da Prefeitura Municipal
de Paty do Alferes.
Características
do projeto
A
lavoura-piloto foi implantada em março e abril
de 2007, com área aproximada de 5ha, no sistema
adensado, com espaçamento de 2 m X 0,4 m, com
cerca de 12500 pés/ha. As variedades usadas
foram o Catucai amarelo 24/137, o Catucai vermelho
Azulão, o Acauã e o Catuai. As mudas
foram formadas na própria Fazenda, no sistema
em bandeja. Os tratos foram os normais, com irrigação
de salvação, tipo mangueiras.
O custo aproximado, até a entrada na primeira
produção, com colheita prevista em maio/09,
aos 2 anos e 2 meses, estimado em R$ 6000,00/ha. A
produtividade prevista é de 2,5 a 3 litros
de frutos/planta, o que corresponde a cerca de 60-70
sacas/há, bastante alta considerando a média
nacional de 17 scs/há.
Segundo
José Braz Matiello, “a lavoura de
café no sistema adensado é muito
adequada a regiões montanhosas e a pequenas
áreas, pois facilita o uso intensivo do
terreno, exige menos mão de obra, resulta
em altas produtividades no curto prazo, facilita
o emprego da irrigação, pela escolha
das áreas mais próximas de fontes
dágua e pela pequena área a atender
com a prática, e o café tem custo
de produção mais baixo”. |
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O manejo futuro é previsto em ciclos curtos,
com poda a cada 3-5 safras, para ter sempre plantas
baixas, que facilita a colheita e reduz muito seu
custo.
A necessidade da irrigação de salvação
prende-se à condição climática
local, em altitude um pouco mais baixa, cerca de 500m,
onde ocorre um déficit hídrico no período
de maio a setembro, podendo se prolongar em certos
anos até o início de novembro. Com um
sistema simples e barato dá-se maior desenvolvimento,
segurança e boa produtividade à lavoura.
Matiello alerta que “deve-se prestar atenção
numa boa nutrição, já que os
solos têm boa física, porém são
pobres quimicamente, equilibrando os macro e os micro-nutrientes,
corrigir o solo com calagem, e acompanhar as pragas/doenças
e praticar o controle”.
Avaliação
econômica, social e ambiental
Matiello
sustenta que a lavoura cafeeira, em pequenas áreas
adensadas, pode ser uma nova alternativa de renda
e de empregos em uma região carente, onde a
maior parte das propriedades é coberta por
pastagens nativas, a maioria degradada.
A produção de café é um
processo com tecnologia muito bem definida, dando
segurança àqueles que desejarem investir
na cultura. O café resulta em um alto valor
de renda por área e, por isso, se adapta à
exploração em pequenas áreas,
viabilizando pequenos produtores. A cultura é
perene, recupera e cobre o terreno, aumenta a infiltração
de água, diminui a erosão e protege
o ambiente.
A região possui uma história de desenvolvimento
com o café, com belas sedes remanescentes dos
antigos Barões, algumas atualmente usadas como
hotéis fazendas. É uma boa oportunidade
de retomada de uma cafeicultura nova, para atendimento
de torrefações artesanais e, mesmo,
pequenas indústrias, as quais precisam se abastecer
de cafés comprados em outros Estados.
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