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Março 2009 - Ano 88 - Nº 829

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Foi realizado, no dia 6 de março, o dia de campo na Fazenda São José de Sucupira, em Avelar, Paty do Alferes-RJ, cujo proprietário é o economista José Luiz Ferreira de Sá, ex-funcionário do IBC e da Interbras.

O programa constou de demonstrações de resultados em campo sobre produção de mudas de café em bandejas, do sistema de plantio adensado, de novas variedades, de sistema simplificado de irrigação, do controle de pragas e doenças e práticas no manejo de cafezal, tendo como instrutor técnico o Eng. Agr. J.B. Matiello, do MAPA/Procafé.

A motivação do dia de campo foi mostrar a viabilidade da cultura cafeeira com alta produtividade em pequenas áreas adensadas como alternativa de renda e emprego na região.
Estiveram presentes 68 participantes, produtores, técnicos, e autoridades ligadas ao setor agrícola da região e de outras regiões do Estado do Rio de Janeiro.

O evento foi patrocinado e coordenado pelos seguintes parceiros: MAPA/Procafé, Faz. S.J. de Sucupira, SEBRAE-RJ, FAERJ, FIRJAN e SAG-RJ, com a colaboração regional do SEBRAE, da EMATER-RJ e da Prefeitura Municipal de Paty do Alferes.

Características do projeto

A lavoura-piloto foi implantada em março e abril de 2007, com área aproximada de 5ha, no sistema adensado, com espaçamento de 2 m X 0,4 m, com cerca de 12500 pés/ha. As variedades usadas foram o Catucai amarelo 24/137, o Catucai vermelho Azulão, o Acauã e o Catuai. As mudas foram formadas na própria Fazenda, no sistema em bandeja. Os tratos foram os normais, com irrigação de salvação, tipo mangueiras.

O custo aproximado, até a entrada na primeira produção, com colheita prevista em maio/09, aos 2 anos e 2 meses, estimado em R$ 6000,00/ha. A produtividade prevista é de 2,5 a 3 litros de frutos/planta, o que corresponde a cerca de 60-70 sacas/há, bastante alta considerando a média nacional de 17 scs/há.

Segundo José Braz Matiello, “a lavoura de café no sistema adensado é muito adequada a regiões montanhosas e a pequenas áreas, pois facilita o uso intensivo do terreno, exige menos mão de obra, resulta em altas produtividades no curto prazo, facilita o emprego da irrigação, pela escolha das áreas mais próximas de fontes dágua e pela pequena área a atender com a prática, e o café tem custo de produção mais baixo”.

O manejo futuro é previsto em ciclos curtos, com poda a cada 3-5 safras, para ter sempre plantas baixas, que facilita a colheita e reduz muito seu custo.

A necessidade da irrigação de salvação prende-se à condição climática local, em altitude um pouco mais baixa, cerca de 500m, onde ocorre um déficit hídrico no período de maio a setembro, podendo se prolongar em certos anos até o início de novembro. Com um sistema simples e barato dá-se maior desenvolvimento, segurança e boa produtividade à lavoura.
Matiello alerta que “deve-se prestar atenção numa boa nutrição, já que os solos têm boa física, porém são pobres quimicamente, equilibrando os macro e os micro-nutrientes, corrigir o solo com calagem, e acompanhar as pragas/doenças e praticar o controle”.

Avaliação econômica, social e ambiental

Matiello sustenta que a lavoura cafeeira, em pequenas áreas adensadas, pode ser uma nova alternativa de renda e de empregos em uma região carente, onde a maior parte das propriedades é coberta por pastagens nativas, a maioria degradada.

A produção de café é um processo com tecnologia muito bem definida, dando segurança àqueles que desejarem investir na cultura. O café resulta em um alto valor de renda por área e, por isso, se adapta à exploração em pequenas áreas, viabilizando pequenos produtores. A cultura é perene, recupera e cobre o terreno, aumenta a infiltração de água, diminui a erosão e protege o ambiente.

A região possui uma história de desenvolvimento com o café, com belas sedes remanescentes dos antigos Barões, algumas atualmente usadas como hotéis fazendas. É uma boa oportunidade de retomada de uma cafeicultura nova, para atendimento de torrefações artesanais e, mesmo, pequenas indústrias, as quais precisam se abastecer de cafés comprados em outros Estados.

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