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Março 2009 - Ano 88 - Nº 829

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Coincidindo com o transcurso do seu 11º aniversário, o Museu do Café, em Santos, em parceria com o programa Cafés do Brasil do MAPA e com o Governo do Estado de São Paulo, inaugurou no dia 18 de fevereiro a Exposição Temporária “A Trajetória das Correntes Imigratórias no Brasil - Japoneses, Italianos, Espanhóis, Alemães e Austríacos - As Fazendas e a Contribuição na Cafeicultura”.

A mostra organizada numa sala com 200m², com imagens, objetos do cotidiano e documentação datada do final do século XIX, foi focada pela chegada dos trabalhadores ao Brasil, atraídos pelas propagandas positivas sobre as oportunidades de trabalho nas lavouras cafeeiras. Os materiais expostos ajudam aos visitantes e turistas a compreenderem a chegada e a adaptação dos trabalhadores estrangeiros à nova realidade cultural e a uma filosofia de trabalho marcada, até então, pelo escravismo. Além disso, foi instalado um telão multimídia onde é exibido filmes e um documentário com depoimentos dos imigrantes que chegaram ao país em diferentes épocas para o trabalho na lavoura cafeeira.

Durante o cerimonial de lançamento da Exposição, ocorrida no antigo Salão do Pregão da Bolsa Oficial de Café, foi concedida a posse, como Conselheiro do Museu do Café, ao Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco Graziano Neto. Na ocasião, Xico Graziano agradeceu a indicação, lembrou que se sentia extremamente honrado, pois a história de sua família está vinculada à cafeicultura, desde a época em que seu avô, originário da Itália, se instalou no interior do Estado de São Paulo para se dedicar ao cultivo da terra. Graziano declarou ainda que recebeu a incumbência do saudoso Governador Mário Covas de apoiar a criação do Museu do Café e da Associação dos Amigos, mantenedora desta entidade, e que tem a missão de preservar a história da cafeicultura brasileira.

O evento marcou também a inauguração de uma nova sala do Edifício da Bolsa Oficial do Café, hoje destinada a exposições temporárias.

Participaram do lançamento, além de convidados, alguns descendentes de imigrantes: Adriana Meireles, representante do MAPA, o Prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, além de outras autoridades estaduais, municipais e entidades de classe e empresários do agronegócio café, proporcionando ao Museu do Café a difusão na mídia de suas atividades.

O tombamento da Bolsa Oficial do Café pelo IPHAN
O processo de tombamento da Bolsa Oficial do Café de Santos foi oficialmente concluído pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A homologação foi publicada no dia 12 de março no Diário Oficial da União e garante proteção, agora em esfera federal, à construção de 1922.
A Bolsa do Café já era tombada pelo Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos) e pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), em esfera estadual. Os trâmites para o tombamento do edifício em âmbito nacional começaram em 2006, em reunião entre o Conselho Consultivo do IPHAN e a diretoria da Associação dos Amigos do Museu do Café – Organização Social, responsável pela administração do prédio. No encontro, realizado na Sala dos Pregões, o pedido de tombamento foi aceito, no entanto a oficialização saiu apenas agora com a assinatura do Ministro da Cultura, Juca Ferreira.
De acordo com o presidente da Associação dos Amigos do Museu do Café, Organização Social, Guilherme Braga Abreu Pires Filho, o tombamento é uma vitória para a preservação da história do país e do café. “Significa a garantia da preservação da memória do café e sua importância no desenvolvimento cultural, econômico e social do país”, explica. “Além disso, uma vez tombado, o edifício terá de ser utilizado para fins compatíveis com seu valor histórico, impossibilitando qualquer outra exploração que não seja histórica ou cultural”, completa.
O diretor de desenvolvimento do Museu do Café, Eduardo Carvalhaes Jr, aponta a maior visibilidade como outro ganho fundamental com o tombamento. “O prédio e o museu tornam-se mais visíveis, pois passam a ser incluídos em catálogos oficiais dos patrimônios tombados e de interesse cultural”, afirma.

Um em cada cinco visitantes do Museu do Café é estrangeiro
No mês do aniversário de 11 anos do Museu do Café, o Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT) divulgou pesquisa, a pedido da Secretaria Municipal de Turismo de Santos, que apontou que um em cada cinco visitantes do Museu durante o mês de fevereiro era estrangeiro.
De acordo com o levantamento, a maioria dos visitantes estrangeiros é proveniente do continente americano (56,9%), seguido pelos europeus (29,8%) e asiáticos (12,2%). O levantamento mostra que o número de turistas estrangeiros praticamente dobrou em relação a fevereiro do ano passado, quando visitaram o Museu 434 turistas de fora do País, contra 832 no mesmo período de 2009.
De acordo com Eduardo Carvalhaes Jr, diretor de desenvolvimento do Museu do Café, a quantidade de turistas estrangeiros no local deve-se a fama mundial do café brasileiro. “O Brasil é reconhecido como um dos principais produtores de café do mundo e o porto de Santos é responsável por 70% da exportação brasileira do produto. Por isso, o Museu se torna um pólo de atração aos turistas interessados em conhecer a história do café”, explica.
Para atender à demanda crescente de visitantes de outros países, o Museu do Café conta com monitores que falam inglês e espanhol. Além disso, todas as exposições, tanto permanentes quanto temporárias, são bilíngues, bem como todos os folhetos explicativos.
O resultado do relatório vem ao encontro de dois outros levantamentos recentes que apontam o Museu do Café como um dos principais pontos turísticos da cidade de Santos.

 

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