Coincidindo
com o transcurso do seu 11º aniversário,
o Museu do Café, em Santos, em parceria com
o programa Cafés do Brasil do MAPA e com o
Governo do Estado de São Paulo, inaugurou no
dia 18 de fevereiro a Exposição Temporária
“A Trajetória das Correntes Imigratórias
no Brasil - Japoneses, Italianos, Espanhóis,
Alemães e Austríacos - As Fazendas e
a Contribuição na Cafeicultura”.
A mostra organizada numa sala com 200m², com
imagens, objetos do cotidiano e documentação
datada do final do século XIX, foi focada pela
chegada dos trabalhadores ao Brasil, atraídos
pelas propagandas positivas sobre as oportunidades
de trabalho nas lavouras cafeeiras. Os materiais expostos
ajudam aos visitantes e turistas a compreenderem a
chegada e a adaptação dos trabalhadores
estrangeiros à nova realidade cultural e a
uma filosofia de trabalho marcada, até então,
pelo escravismo. Além disso, foi instalado
um telão multimídia onde é exibido
filmes e um documentário com depoimentos dos
imigrantes que chegaram ao país em diferentes
épocas para o trabalho na lavoura cafeeira.
Durante o cerimonial de lançamento da Exposição,
ocorrida no antigo Salão do Pregão da
Bolsa Oficial de Café, foi concedida a posse,
como Conselheiro do Museu do Café, ao Secretário
de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco
Graziano Neto. Na ocasião, Xico Graziano agradeceu
a indicação, lembrou que se sentia extremamente
honrado, pois a história de sua família
está vinculada à cafeicultura, desde
a época em que seu avô, originário
da Itália, se instalou no interior do Estado
de São Paulo para se dedicar ao cultivo da
terra. Graziano declarou ainda que recebeu a incumbência
do saudoso Governador Mário Covas de apoiar
a criação do Museu do Café e
da Associação dos Amigos, mantenedora
desta entidade, e que tem a missão de preservar
a história da cafeicultura brasileira.
O evento marcou também a inauguração
de uma nova sala do Edifício da Bolsa Oficial
do Café, hoje destinada a exposições
temporárias.
Participaram do lançamento, além de
convidados, alguns descendentes de imigrantes: Adriana
Meireles, representante do MAPA, o Prefeito de Santos,
João Paulo Tavares Papa, além de outras
autoridades estaduais, municipais e entidades de classe
e empresários do agronegócio café,
proporcionando ao Museu do Café a difusão
na mídia de suas atividades.
O
tombamento da Bolsa Oficial do Café pelo
IPHAN |
O
processo de tombamento da Bolsa Oficial do Café
de Santos foi oficialmente concluído pelo
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional). A homologação
foi publicada no dia 12 de março no Diário
Oficial da União e garante proteção,
agora em esfera federal, à construção
de 1922.
A Bolsa do Café já era tombada pelo
Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio
Cultural de Santos) e pelo Condephaat (Conselho
de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico),
em esfera estadual. Os trâmites para o tombamento
do edifício em âmbito nacional começaram
em 2006, em reunião entre o Conselho Consultivo
do IPHAN e a diretoria da Associação
dos Amigos do Museu do Café – Organização
Social, responsável pela administração
do prédio. No encontro, realizado na Sala
dos Pregões, o pedido de tombamento foi
aceito, no entanto a oficialização
saiu apenas agora com a assinatura do Ministro
da Cultura, Juca Ferreira.
De acordo com o presidente da Associação
dos Amigos do Museu do Café, Organização
Social, Guilherme Braga Abreu Pires Filho, o tombamento
é uma vitória para a preservação
da história do país e do café.
“Significa a garantia da preservação
da memória do café e sua importância
no desenvolvimento cultural, econômico e
social do país”, explica. “Além
disso, uma vez tombado, o edifício terá
de ser utilizado para fins compatíveis
com seu valor histórico, impossibilitando
qualquer outra exploração que não
seja histórica ou cultural”, completa.
O diretor de desenvolvimento do Museu do Café,
Eduardo Carvalhaes Jr, aponta a maior visibilidade
como outro ganho fundamental com o tombamento.
“O prédio e o museu tornam-se mais
visíveis, pois passam a ser incluídos
em catálogos oficiais dos patrimônios
tombados e de interesse cultural”, afirma. |
Um
em cada cinco visitantes do Museu do Café
é estrangeiro |
No
mês do aniversário de 11 anos do
Museu do Café, o Instituto de Pesquisas
A Tribuna (IPAT) divulgou pesquisa, a pedido da
Secretaria Municipal de Turismo de Santos, que
apontou que um em cada cinco visitantes do Museu
durante o mês de fevereiro era estrangeiro.
De acordo com o levantamento, a maioria dos visitantes
estrangeiros é proveniente do continente
americano (56,9%), seguido pelos europeus (29,8%)
e asiáticos (12,2%). O levantamento mostra
que o número de turistas estrangeiros praticamente
dobrou em relação a fevereiro do
ano passado, quando visitaram o Museu 434 turistas
de fora do País, contra 832 no mesmo período
de 2009.
De acordo com Eduardo Carvalhaes Jr, diretor de
desenvolvimento do Museu do Café, a quantidade
de turistas estrangeiros no local deve-se a fama
mundial do café brasileiro. “O Brasil
é reconhecido como um dos principais produtores
de café do mundo e o porto de Santos é
responsável por 70% da exportação
brasileira do produto. Por isso, o Museu se torna
um pólo de atração aos turistas
interessados em conhecer a história do
café”, explica.
Para atender à demanda crescente de visitantes
de outros países, o Museu do Café
conta com monitores que falam inglês e espanhol.
Além disso, todas as exposições,
tanto permanentes quanto temporárias, são
bilíngues, bem como todos os folhetos explicativos.
O resultado do relatório vem ao encontro
de dois outros levantamentos recentes que apontam
o Museu do Café como um dos principais
pontos turísticos da cidade de Santos. |
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