Chapa
de oposição encabeçada por Michael
Timm vence eleição para Diretoria Executiva
e Conselho Fiscal com o dobro de votos da chapa da
situação.
Com a proposta
principal de fazer com que os associados voltem a
frequentar a ACS, Michael Robert August Timm, diretor-geral
da Stockler Comercial e Exportadora e Cônsul
Honorário da Alemanha, foi eleito o novo presidente
da Associação Comercial de Santos. No
pleito, realizado no dia 27 de março, Timm
recebeu o dobro de votos de seu oponente (88 a 41),
o candidato da situação Virgílio
Gonçalves Pina Filho, diretor-presidente da
T-Grão Cargo. A plataforma eleitoral do novo
presidente, apesar de reconhecer alguns acertos da
antiga diretoria, criticava a falta de cumprimento
do Estatuto Social e do Regulamento Interno da instituição,
atitudes arbitrárias, e a carência de
incentivos ao trabalho das Câmaras Setoriais.
Antes da eleição, o clima estava tenso.
Todos os envolvidos esperavam uma disputa acirrada
e um clima de guerra, e não era para menos.
O grupo que apoiou Timm pela chapa 2, de oposição,
teve sua candidatura impugnada no dia da eleição
do Presidente das Câmaras Setoriais, biênio
2007-2009. A eleição que deveria ter
ocorrido no dia 15 de fevereiro só veio a acontecer
no dia 4 de março, depois de uma disputa judicial
sobre legalidade da lista apresentada. Na ocasião,
Eduardo Carvalhaes Jr., do Escritório Carvalhaes
Corretora de Café Ltda, e ligado à Chapa
2, foi eleito para o cargo com grande maioria.
Outro agravante foi que, durante a semana da eleição
para a Diretoria e o Conselho, foi divulgada relação
com as 200 empresas, do total de 263 associadas, que
estariam aptas a votar, devido a problemas de documentação.
Para alguns membros da oposição era
uma tentativa de tomar votos que iriam para a Chapa
2.
“O
importante é que não vire uma guerra
de liminares, de processos, que acabe prejudicando
a Associação Comercial”, afirmou
momentos antes da eleição Eduardo
Carvalhaes Jr., que tomou posse naquele mesmo
dia como Presidente das Câmaras Setoriais.
Ele disse ainda que sua principal preocupação
era que tudo ocorresse com tranquilidade, que
o novo presidente tivesse legitimidade, e que
quando acabasse a eleição, a Associação
pudesse trabalhar como sempre trabalhou: pelos
associados, pela cidade e pela região. |
|
“A
credibilidade da ACS foi construída em 138
anos por diversas gerações, por diversos
presidentes que vieram trabalhando e a gente não
pode, com uma disputa eleitoral, acabar com isso”,
resumiu. Logo, o que se esperava no dia da eleição
da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal era uma
guerra de liminares, impugnações e confusões
de parte a parte, mas não foi isso que se viu.
O clima respeitoso foi a tônica entre os integrantes
das duas chapas.
Expectativa
Um fator importante desse pleito era a obrigação
da renovação. Devido a uma mudança
no Estatuto, que agora permite apenas uma reeleição,
o então presidente José Moreira da Silva,
depois de 16 anos no poder, não pôde
disputar novamente o principal cargo da ACS. Ele então
se candidatou ao cargo de Titular do Conselho Fiscal,
pela Chapa 1, da situação. “A
casa foi oxigenada de tal maneira que ela hoje faz
parte do governo da cidade, do governo do Estado e
sem dúvida da União”, comentou
o ex-presidente sobre sua gestão.
Com discurso semelhante, o candidato da situação,
Virgilio Gonçalves Pina Filho, tinha como principal
bandeira a continuidade. “Nós vamos continuar
fazendo esse brilhante trabalho que a Associação
Comercial vem realizando nos últimos anos.
Nós conhecemos muito bem nossos associados,
as suas necessidades, os seus anseios”, afirmou.
A
eleição
Dos 200 associados aptos a votar, 156 compareceram
à Associação Comercial de Santos
no começo da noite do dia 27 de março.
No saguão sobrou a imprensa, pois nenhum não-associado
pôde entrar na sala da Assembléia. Alguns
correligionários das duas chapas, além
de cinco associados, não puderam acompanhar
a sessão por problemas de desatualização
de dados cadastrais que não puderam ser solucionados,
uma vez que nas últimas semanas a Diretoria
se recusou a promover a regularização.
Isso causou certo tumulto no saguão, com acusações
e discussões entre a advogada da ACS e os barrados,
entre os quais João Antônio Lian, presidente
do Conselho Deliberativo do Cecafé e diretor
presidente da Sumatra, empresa que há 26 anos
é associada da ACS. Mas a confusão foi
se dissipando com as notícias que vinham pelos
celulares dos correligionários da Chapa 2,
que confirmavam a ampla preferência dos associados
à Chapa 2.
No decorrer da Assembléia deferiu-se a impugnação
de 16 sócios que representavam empresas que
estariam relacionadas no quadro da ACS há menos
de um ano, abaixo do período mínimo
obrigatório estabelecido no Estatuto como uma
condição para a participação
na eleição, como desejava a Chapa 1.
Esse resultado, de respeito às regras estatutárias
da entidade, deixou claro que a grande maioria dos
associados iria sufragar a Chapa 2. No curso da votação,
a confirmação que a Chapa 2 detinha
a preferência majoritária e, portanto,
seria a ganhadora, fez com que parte dos associados
ligados à Chapa 1 deixassem a Assembléia,
permanecendo 129 associados dos 156 que entraram no
prédio.
Conhecido
o resultado da eleição, a nova Diretoria
foi imediatamente empossada. Em seu discurso,
já como presidente, Michael
Timm propôs criar uma comissão
para realizar mudanças no Estatuto que
melhorem os procedimentos para a realização
das próximas eleições para
que fiquem mais tranqüilas e organizadas,
do mesmo modo, excluindo as medidas de natureza
arbitrária. Sua primeira medida, no entanto,
será convocar os associados para ajustar
o desempenho da ACS às efetivas demandas
dos sócios. |
|
“Vamos
fazer uma pesquisa com os associados para saber o
que eles querem da casa”, revelou o presidente.
“O próximo passo é trabalhar.
Continuar com as coisas boas que a casa tem feito
e dar nossa contribuição”, concluiu.
No final, Michael Timm agradeceu aos associados que
vieram de outros estados, como Minas Gerais, Espírito
Santo e Rio de Janeiro, especialmente para votarem
nessa eleição.
|