Tradicional
torrefadora, empresa leva a sua marca para o exterior
em cafeterias que recebem o público em um ambiente
acolhedor com produtos brasileiros de alta qualidade.
Para
os japoneses, a cor bordô utilizada no logotipo
da marca Café do Centro é a mesma da
“terra roxa” dos cafezais onde os seus
conterrâneos trabalhavam no século passado,
no interior de São Paulo e Paraná. Tradicionalmente
respeitadores dos mais velhos e reverentes à
própria história, os japoneses não
poderiam, portanto, deixar de lado tal referência.
Ao contrário, a tonalidade ganhou destaque
e proporciona um toque quente e acolhedor ao ambiente
das duas primeiras cafeterias brasileiras instaladas
em Tóquio através da parceria Branco
Peres Comércio Atacadista Ltda./Café
do Centro Japan.
A primeira loja Café do Centro no Japão,
inaugurada em 2006, fica próxima do Palácio
Imperial, valorizada área urbana da capital
japonesa. A segunda, aberta um ano depois, está
no bairro Ayoama, onde fica a sede da ONU. Desde a
inauguração, já foram vendidos
mais de 500 mil cafezinhos nos dois endereços,
que atendem diariamente cerca de mil clientes.
Os números das vendas e a boa receptividade
do público deram aos investidores – que
gastaram a soma de US$ 500 mil em cada unidade --,
a segurança de estar no caminho certo. Tanto,
que a empresa prepara a inauguração,
em novembro, da primeira loja Café do Centro
em Taipei, Taiwan. Será a terceira unidade
do ousado plano de expansão estabelecido pela
companhia, que pretende ter 100 pontos comerciais
no continente asiático em dez anos, por meio
de sistema de franquias.
Curiosamente, investir em estabelecimentos comerciais
nunca foi prioridade do Café do Centro, que
aqui no Brasil abastece com seus grãos especiais
bistrôs, restaurantes, cafés, hotéis,
bares diferenciados. Mesmo porque não poderia,
como fornecedora, concorrer com seus clientes. Em
2001, quando a companhia foi escolhida por investidores
japoneses por sua solidez e produtos de qualidade,
as coisas mudaram. Do primeiro contato à formatação
do projeto e à consolidação do
negócio, passaram-se cinco anos. Tempo suficiente
para Branco Peres projetar bons resultados para o
novo filão.
A
abertura da primeira loja em 2006 foi planejada
item a item, incluindo a placa inaugural, que
foi levada do Brasil por Rodrigo Branco Peres,
diretor administrativo do Café do Centro.
O projeto privilegiou o amplo balcão e
o espaço para mesinhas e cadeiras, em um
estilo que leva a um autêntico café
tupiniquim. Nas paredes, fotos de época,
desenhos e gravuras com motivos ligados à
cultura do café. O staff de atendimento
foi escolhido a dedo, e baristas brasileiros ensinaram
as receitas exclusivas das bebidas. Na inauguração,
até uma ótima cantora de bossa nova
(que não falava uma palavra em português)
encantou os convidados. |
Rodrigo
Branco Peres,
diretor administrativo do Café do Centro |
Hoje, afinado com o modo de ser e de trabalhar daquele
povo, Rodrigo Branco Peres pode afirmar que “o
japonês é o consumidor mais exigente
do mundo, só toma café de muita qualidade.
No inverno prefere os quentes, no verão, gelado”.
Daí vem o sucesso dos expressos feitos com
grãos gourmets e especiais entre o público
formado por universitários, corretores da Bolsa,
funcionários dos bancos e empresários.
Esse mix de freqüentadores aprecia também
cappuccino, drinks à base da bebida, e um refresco
de café servido no copo, bem gelado. As lojas
ainda servem sucos de frutas brasileiras, além
de lanches variados e pão de queijo.
O empresário reconhece o papel do Japão
como propagador de novidades em toda a Ásia.
As cafeterias em Tóquio favoreceram novos contatos
do Café do Centro para venda de café
pronto para consumo em mercados como França,
Emirados Árabes, Chile, Estados Unidos. Internamente,
os benefícios foram igualmente sentidos: “Os
clientes reconhecem como é difícil ter
um nome lá fora. As cafeterias no Japão
nos deram mais exposição até
mesmo aqui, e nossa carteira de clientes aumentou”,
diz Rodrigo.
Projeto
personalizado
Aspecto
da loja em Ayoama – tradicional e moderno
convivem |
A
primeira cafeteria brasileira em Taipei, cujo
investimento totaliza US$ 600 mil, ficará
no bairro Xinyi, novo centro econômico que
vem atraindo empresas estrangeiras, e onde está
sendo construída uma estação
de metrô que fica a apenas 3 minutos a pé
da cafeteria. Naquela cidade, perto de 90% das
refeições são feitas na rua,
e redes estrangeiras levaram um estilo americanizado
de consumo. Após estudos, os investidores
decidiram por uma cafeteria com 170 m2, para abrigar
o balcão, sala VIP e área de mesas.
A carta de cafés seguirá a linha
de Tóquio. |
Além
das canecas e da xícara tradicional, haverá
café em copo maior. Também terá
sucos de frutas, e, entre os comestíveis, pão
de queijo recheado de chocolate e de creme, bolos
variados e sanduíches.
História
de qualidade |
As
atividades do Café do Centro começaram
em São Paulo, em 1916, por iniciativa de
David Nahum. A torrefação ficava
na extinta Rua Anhangabaú, e a primeira
cafeteria da empresa funcionava na Travessa do
Comércio, lugares nobres da cidade. A marca
fez história nos 60 anos seguintes graças
à qualidade do grão, que podia ser
adquirido em mercados ou era entregue em domicílio.
A segunda parte da história do Café
do Centro começou em 1995, quando o grupo
de agronegócios Branco Peres comprou a
torrefadora e deu início a um processo
de expansão. A torrefadora foi transferida
para Adamantina, interior de São Paulo,
onde são moídas mensalmente 50 toneladas
de grãos de cafés de origem superior
e gourmet. A produção é voltada
ao mercado interno, e cerca de uma tonelada para
países da América, Europa, África
e Ásia.
O Café do Centro é reconhecido como
uma das principais marcas de café Premium
do país. Além do tradicional café
gourmet, a empresa é a única a disponibilizar
grãos de origem arábica –
um tipo mais requintado, com blends diferenciados¨-
de seis regiões do Brasil: Mogiana, Paraná,
Bahia, Cerrado Mineiro, Espírito Santo
e Sul de Minas.
Com uma cartela de cerca de 3.000 clientes, o
Café do Centro pode ser saboreado em restaurantes,
cafeterias e bares. Também está
à venda em lojas como o Empório
Santa Luzia, em São Paulo. A marca oferece
ainda a versão sachê, voltada para
bistrôs, escritórios e pequenos comércios. |
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