(continuação)
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Euforia nos Anos 20
Com
a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914,
o Brasil passa a enfrentar dificuldades em vender
seu café lá fora. O Governo Federal
e o do Estado de São Paulo começam a
subsidiar o produto, comprando e estocando. Em 1917,
São Paulo já dispõe de um estoque
de 3 milhões de sacas. Novamente, o café
torna-se lucrativo para o País. O CCCRJ volta
a viver dias de glória, em seus salões,
os negócios prosperam - e a Rua da Quitanda
renasce como palco de grande agitação,
fervilhando de transações comerciais.
Em
1918, uma grande geada abala o mercado internacional
de café. Dois anos depois, o setor experimenta
momentos de euforia. A riqueza gerada pelo café
impulsiona o País à industrialização.
A expansão dos cafezais, sobretudo no Estado
de São Paulo, leva ao crescimento das estradas
de ferro e ao surgimento de novas cidades. A intervenção
no mercado se institucionaliza. A produção
aumenta e, com ela, os lucros.
Também
em 1920, Júlio de Souza Avellar e o diretor
Azarias Martins Vilela fundam o Boletim Mensal do
Centro do Comércio de Café do Rio de
Janeiro, com o objetivo de divulgar informações
e números do setor nos mercados nacional e
internacional. Mais tarde transformado em Revista
do Café, essas publicações seriam
as norteadoras do mercado, sendo leitura e consulta
obrigatórias para todos os agentes do setor.
Em
junho de 1922 foi criado o Instituto de Defesa do
Café, órgão governamental que
teria como função estabilizar os negócios
do setor e amparar as lavouras de café. Em
dezembro de 1924 era criado o Instituto Paulista de
Defesa Permanente do Café. Os primeiros sinais
de supersafra justificavam a preocupação:
a média quadrienal de 1920 a 1923, de 12,9
milhões de sacas, iria passar no mesmo período
seguinte para 14,3 milhões.
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Grandes Safras, Menores Vendas
No
início dos anos 30, o café e o País
atravessam uma grave crise. A década inicia
com a deposição do presidente Washington
Luís por Getúlio Vargas. Já o
café vivia uma crise decorrente da defasagem
nas cotações do produto (a depressão
americana, com a queda da Bolsa de Nova York em 1929,
fez desabarem os preços do produto), e do acúmulo
dos estoques. Mais de 22 milhões de sacas estavam
empilhadas em armazéns reguladores.
Para
minimizar os problemas de procura e oferta, foi criado
o Conselho dos Estados Cafeeiros, que depois, em 1933,
passaria a se chamar Centro Nacional do Café.
Parte do estoque foi queimado, com o objetivo de melhorar
a cotação do produto. Essa medida se
prolongaria até 1944, totalizando 78 milhões
de sacas queimadas. Outras ações foram
também iniciadas, visando a melhoria da situação.
Brasil e Estados Unidos fazem um acordo, no qual trocam
o trigo americano pelo café brasileiro.
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