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Perspectiva Histórica
Evolução da Produção
Participação do Porto do Rio na Exportação de Café

 

 

 

 

 


As encostas da Urca cobertas de pés de café são mostradas nesta reprodução da obra feita a
nanquim por José de Christo Moreira, da
coleção de Cândido de Paula Machado e
extraída do livro "150 anos de Café",
da Marcelino Martins & E. Johnston

 

 

 

 


A praia de Botafogo, em obra também de
autoria de José Christo Moreira. Em destaque,
os morros repletos de pés de café e
a casa da rainha D. Maria I

 

 

 


Fazenda de Café

100 Anos que Fizeram a História
O Café, do Rio para o Brasil e o Mundo
Uma Cidade, uma Baía, um Porto...
A Ousadia Continua
O Orgulho da Grandeza do Café

Mandadas vir do Maranhão algumas sementes ou mudas, entre 1760 e 1762, para a Cidade do Rio de Janeiro, pelo chanceler da Relação, desembargador João Castelo Branco, vingaram apenas as que foram plantadas uma no quintal da casa em que residia ele, à ladeira do morro de Santo Antônio, em ponto próximo à hoje Imprensa Nacional, e outra nos terrenos do mosteiro de Santa Teresa, e mais duas na horta do convento dos capuchinhos italianos, à rua dos Barbonos (primitivamente chamada "caminho dos Arcos da Carioca" e que tomou o nome então vulgar dos frades, depois conhecidos por "barbadinhos", mais cariciativamente), e atualmente rua Evaristo da Veiga. Destes últimos pés, que parece haverem produzido mais cedo e melhor que os outros, recebeu o holandês João Hoppman sementes que plantou em sua chácara de Mata-Porcos, a qual mais tarde ficou conhecida por "chácara do Siqueira"(por ter pertencido ao negociante J. Siqueira da Costa), sita à rua de São Cristóvão, em frente à Miguel da Frias, e limitada pelo lado esquerdo do rio. Ao bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo-Branco, que regeu a diocese fluminense desde 1774 até 1805, foi que deveu o cafeeiro a propagação em parte do interior do atual Estado do Rio de Janeiro.

:. Se foi através do Maranhão que o café entrou no Brasil, foi a partir de sua chegada ao Rio de Janeiro que a sua grande saga começou e se consolidou

O texto anterior, é uma das muitas versões da chegada do café ao Rio de Janeiro, contada por Basílio de Magalhães em seu livro "O Café na História, no Folclore e nas Belas Artes". Com uma ou outra variação, no entanto, a mesma história é contada e recontada desde aquela época, umas dando mais destaque ao papel de imigrantes franceses e do próprio Hoppman à disseminação do plantio pela cidade, outras dando como mais certa o plantio de pequenas hortas nas próprias casas dos cariocas mais abastados, e que mais tarde tornaram a cultura uma fonte de renda. Mas o certo é que as mudas realmente teriam sido trazidas pelo desembargador Castelo Branco e que o período foi a década de 1760, embora ninguém precise exatamente em que ano.

O que fica claro, por uns ou outros relatos, é que onde hoje se encontra o centro da cidade do Rio de Janeiro e locais como o Pão de Açúcar e o Corcovado foram áreas iniciais de plantio de café. Mas, já no início do século XIX, a cultura havia adquirido importância na vida econômica da cidade e foi durante todo o século um fator de desenvolvimento e uma fonte de riquezas para o Rio de Janeiro, com plantios de maior porte e em várias regiões do Estado. Consta que foi a partir de 1820 que os cafeicultores do Rio de Janeiro começaram a colher suas primeiras safras em escala econômica e, em 1830, o produto já era o segundo item mais exportado pelo Brasil.

A rapidez com que a cultura se disseminou e fincou raízes no solo carioca pode ser medida pelos números das exportações do produto. Segundo o escritor e historiados Affonso de Taunay, em 1779 o porto do Rio de Janeiro exportava 57 arrobas de café, enquanto em 1806 este volume já havia crescido para mais de 82 mil arrobas. Mas isso ainda era pouco, perto do que estava por vir. E, ninguém jamais imaginaria que aquelas mudas, ou sementes, chegadas tão aleatoriamente do Maranhão, fossem resultar num salto econômico e desenvolvimentista tão grande, não só em relação ao Rio de Janeiro, mas em relação à economia brasileira.

Uma série de fatos corroborou para que a cultura, plantada a princípio timidamente pelos moradores da cidade do Rio, se disseminasse por todo o Estado, ao ponto de em 1885 o Rio de Janeiro ser responsável por cerca de 70% da produção total brasileira, mantendo sua posição de liderança até o final do século, quando outras regiões como São Paulo e Minas Gerais entram no cenário cafeeiro e começam a fazer frente à produção carioca.

Um dos fatos que teriam impulsionado a produção de café no Estado teria sido a decadência da mineração de ouro em Minas Gerais, em meados do século XVIII. Enfim, o ouro fácil havia acabado, cada vez mais era difícil para o minerador manter-se apenas com esta atividade e, ao mesmo tempo, surgia no Rio a nova cultura, que despontava como opção para os muitos imigrantes que fugiam da pobreza que se alastrava pelas Gerais.

Mesmo assim, durante muito anos, teriam convivido os plantios de café e cana-de-açúcar nas terras fluminenses, esta última a cultura que tinha sido trazida do Nordeste e que tomou para si domar inicialmente os adversários naturais, como os pântanos que cercavam a cidade do Rio e os índios. Conquistada a terra, chegou o café num momento propício tanto no que diz respeito ao mercado internacional, que demandava o produto, e pagava preços compensadores, como no mercado interno, que dispunha de mão-de-obra subutilizada, procedente das regiões mineradoras, terras propícias ao cultivo e um porto à disposição.


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